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Mostrando postagens de maio, 2020

Um mundo que desliza.

O mundo está às nossas mãos! A cada momento em que fazemos ele deslizar escolhemos um pouco do que somos, da realidade que vivemos e de quem nos cerca. Consciente, ou inconscientemente, a cada “deslizada” mergulhamos um pouco mais na bolha que nos envolve. Vivemos em uma bolha que se fecha e torna-se sempre mais monocromática a cada passada de dedo e a cada pessoa que silenciamos. Já não nos interessa ver os fatos que contrários às nossas concepções e recebemos somente as noticias que desejamos, sob as perspectivas que previamente escolhemos. O mundo, cada vez mais incolor, se parece cada vez mais com o quadro que nós mesmos pintamos. No ato de deslizar, curtir, aplaudir, ou silenciar, geramos em nós mesmos a impressão, sempre mais convicta, de que nossa visão de mundo é a correta. Todo aquele que de nós discorda é um alienado, um insano, ou quem sabe um maldito conspirador. Paranoicos somos nós que julgamos enxergar através um vidro claro, quando na verdade somente enxergamos

Duvide de tua certeza.

Vivemos novos tempos . O momento atual transparece como marco na história humana, daqueles que serão retratados em livros didáticos e que terão inclusive um risquinho na nossa Grande Linha do Tempo . Não ouso dizer que será um marco que divide eras, mas que será um importante sinal do modo como nos vemos como humanos. Dizer que os momentos que vivemos são diferentes de todos os outros me parece uma grande obviedade. O tempo é contínuo e os fatos sempre são guiados pelo passado e orientadores do futuro, gerando uma escala de mutação das realidades. Não quero, porém, afirmar que a história não nos lega aprendizados e que nossa circunstância atual não será uma lição para o futuro. O tema que me traz a essa reflexão é algo que tenho observado. Em tempos de comunicações instantâneas, de uma necessidade irrefreável de ser visto nas redes sociais, somos rápidos em firmar certezas e mais rápidos ainda em fazer com que todos saibam o que decidimos sobre o