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Um mundo que desliza.


O mundo está às nossas mãos! A cada momento em que fazemos ele deslizar escolhemos um pouco do que somos, da realidade que vivemos e de quem nos cerca. Consciente, ou inconscientemente, a cada “deslizada” mergulhamos um pouco mais na bolha que nos envolve.

Vivemos em uma bolha que se fecha e torna-se sempre mais monocromática a cada passada de dedo e a cada pessoa que silenciamos. Já não nos interessa ver os fatos que contrários às nossas concepções e recebemos somente as noticias que desejamos, sob as perspectivas que previamente escolhemos. O mundo, cada vez mais incolor, se parece cada vez mais com o quadro que nós mesmos pintamos.

No ato de deslizar, curtir, aplaudir, ou silenciar, geramos em nós mesmos a impressão, sempre mais convicta, de que nossa visão de mundo é a correta. Todo aquele que de nós discorda é um alienado, um insano, ou quem sabe um maldito conspirador. Paranoicos somos nós que julgamos enxergar através um vidro claro, quando na verdade somente enxergamos falsas matizes do caleidoscópio de nossa pequena bolha.

O mundo fechou-se por culpa do Corona Vírus, alijando-nos do convívio social e do contato humano. Muito lamentamos, e sempre mais nos isolamos em nossas convicções. O que aconteceria se o vírus fosse digital e nos obrigasse a sair das redes sociais e partir para o contato humano, onde nem sempre podemos escolher os fatos e pessoas que concordam conosco?

Do mundo que desliza em nossos dedos, quantas vezes somos capazes realmente de visualizar além de nossas próprias opiniões?

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